A GUERRA AÉREA AUTÓNOMA E A TRANSFORMAÇÃO DO PODER AÉREO
DOI:
https://doi.org/10.26619/1647-7251.14.2.6Palavras-chave:
Poder Aéreo, Guerra Aérea Autónoma, Sistemas Aéreos com Funcionalidades Autónomas, Inteligência Artificial, TransformaçãoResumo
O paradigma da Guerra Aérea Autónoma (GAA) revela uma profunda transformação resultante da exploração da inteligência artificial e de Sistemas Aéreos com Funcionalidades Autónomas (SAFA), num modelo de colaboração em combate entre o homem e a máquina, afetando as funções operacionais do Poder Aéreo e a sua utilidade política. O objetivo desta investigação é analisar os modelos operacionais emergentes de GAA por forma a identificar tendências e implicações para a transformação do Poder Aéreo. A análise destes modelos operacionais será feita nas dimensões que traduzem a aptidão de uma Força Aérea para gerar e empregar o Poder Aéreo, nomeadamente, os conceitos de emprego, as capacidades para operacionalizar os conceitos, a organização que estabelece o referencial para o uso da força e as pessoas que o tornam possível. A análise revelou vantagens qualitativas e quantitativas na aptidão de uma força para gerar e empregar o Poder Aéreo, em termos de eficácia operacional e eficiência de custo e risco, mas também alguns desafios tecnológicos, organizacionais e humanos. O paradigma emergente da GAA potencia o aumento da utilidade do Poder Aéreo, melhorando a disponibilidade, acessibilidade e aceitabilidade do emprego operacional, resultantes da utilização isolada de SAFA ou em combinação com aeronaves tripuladas em conceitos de operação em equipa, ou da colaboração entre múltiplos SAFA com elevados níveis de autonomia. Confirma também a tendência de afastamento gradual do homem do ciclo de decisão e da operação de SAFA individuais, para funções de supervisão de múltiplos sistemas, auxiliado por inteligência artificial, mas ambicionando reter um controlo significativo sobre a decisão de emprego de força letal.