O IMPACTO DA INICIATIVA FAIXA E ROTA NO DESENVOLVIMENTO DO SUDESTE ASIÁTICO COM DESTAQUE AO CAMBOJA – A CONTINUAÇÃO DE UM “DESENVOLVIMENTO DEPENDENTE”?
DOI:
https://doi.org/10.26619/1647-7251.16.2.6Palavras-chave:
China, Sudeste Asiático, Iniciativa Faixa e Rota, Camboja, desenvolvimento dependenteResumo
Desde o seu surgimento, a Iniciativa Faixa e Rota (IFR) tem levantado muitos alarmismos. Isto é, há preocupações quanto ao uso da iniciativa, essa seria utilizada para a perseguição estrita dos objetivos nacionais chineses. Ao mesmo tempo, e devido a isso, traria consequências econômicas negativas aos Estados participantes, sendo muitas vezes reconhecida como uma armadilha econômica. Sob esse contexto, o presente artigo procura responder como o desenvolvimento dos países do Sudeste Asiático, em especial do Camboja, poderá ser impactado pela IFR. Haveria uma perpetuação de um modelo de “desenvolvimento dependente”? Para tal faz-se necessário compreendermos as principais dinâmicas no processo histórico de desenvolvimento dos Estados do Sudeste Asiático. E como a estratégia geoeconômica chinesa voltada ao Sudeste Asiático sob o contexto da IFR é implementada. Assim, utilizando-se de um modelo descritivo-analítico, através de pesquisa bibliográfica e da análise do caso do Camboja, pode-se dizer que as construções de infraestruturas no contexto IFR apresentam efeitos econômicos positivos no curto prazo para os países participantes no Sudeste Asiático que apresentam características semelhantes ao Camboja. Nesse sentido, os investimentos e construções de infraestruturas na esfera da IFR têm a capacidade de promover o crescimento econômico de Estados com baixos níveis de infraestruturas conectivas, dependentes de investimentos diretos estrangeiros e com uma governança debilitada. Logo, não parece existir uma armadilha como se é normalmente pensado, uma armadilha de dívida, mas sim uma possível “armadilha” a longo prazo. Na qual os Estados do Sudeste Asiático conectam-se cada vez mais a uma cadeia produtiva regional e aumentam as suas relações comerciais com a China. Assim, possivelmente dando continuidade a um modelo de “desenvolvimento dependente”, mas agora dependentes da China. Indo de acordo com os objetivos chineses para a região, uma ordem econômica regional centrada na China.
