BALANCING CONTINUITY AND ADJUSTMENTS IN BRAZIL’S FOREIGN POLICY TOWARDS CHINA: A COMPARATIVE APPROACH BETWEEN BOLSONARO AND LULA’S THIRD TERM
DOI:
https://doi.org/10.26619/1647-7251.DT0324.5Palavras-chave:
Política externa brasileira, autonomia, China, potência média, relações econômicasResumo
A política externa de Bolsonaro, caracterizada por uma identidade firmemente conservadora alinhada com ideologias populistas de extrema direita, enfatizou o antiglobalismo, o nacionalismo e narrativas adversas. A sua administração promoveu laços estreitos com a administração Trump, influenciando o afastamento do Brasil dos países emergentes e dos blocos internacionais. Este pivô testou o relacionamento anteriormente forte do Brasil com a China, levando à estagnação nas relações diplomáticas e políticas, contrastando fortemente com as abordagens proativas dos antecessores de Bolsonaro. Com o retorno de Lula da Silva à presidência em 2023, a política externa brasileira passou por uma revisão significativa durante seus primeiros cem dias. Lula pretendia restaurar elementos-chave da sua política externa anterior, enfatizando a cooperação Sul-Sul, revitalizando os BRICS e redefinindo a agenda internacional do Brasil no meio do conflito em curso na Ucrânia. Esta reorientação impactou notavelmente as relações Brasil-China. Este artigo fornece uma análise aprofundada da política externa de Jair Bolsonaro em relação à China de 2018 a 2022 e examina o primeiro ano da administração de Lula da Silva em 2023. Explora as dimensões diplomáticas e económicas das suas respectivas abordagens em relação à China, destacando tanto as mudanças como as continuidades. O principal argumento postula que durante o mandato de Bolsonaro, as relações do Brasil com a China passaram por ajustes políticos e diplomáticos em linha com a narrativa conservadora da política externa do governo. Apesar disso, a China manteve um papel crucial na agenda económica do Brasil. Após o regresso de Lula ao poder em 2023, as iniciativas diplomáticas em relação à China foram rejuvenescidas, reflectindo uma aproximação política com Pequim. Esta mudança materializou-se através de compromissos oficiais de alto nível e da continuação de laços económicos robustos, ilustrando uma relação bilateral e multilateral restaurada.