FROM MERIT TO MIGHT: RETHINKING EU ENLARGEMENT IN LIGHT OF TÜRKIYE AND UKRAINE
DOI:
https://doi.org/10.26619/1647-7251.DT0525.24Palavras-chave:
Alargamento da UE, geopolítica, Turquia, Ucrânia, autonomia estratégicaResumo
Este artigo analisa os recentes desenvolvimentos na política de alargamento da União Europeia (UE), argumentando que o processo passou de um quadro principalmente normativo, que priorizava a democracia e a integração económica, para um quadro cada vez mais influenciado pela geopolítica e pela segurança. Consequentemente, o alargamento, um processo historicamente caracterizado pela sua condicionalidade normativa, tornou-se um instrumento fundamental de autonomia estratégica, e a sua credibilidade depende da conciliação dos valores fundamentais da UE com a urgência das prioridades de segurança. O presente estudo comparativo de caso da Turquia e da Ucrânia analisa como os desenvolvimentos geopolíticos — particularmente a invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022 — forçaram a UE a reavaliar as suas prioridades no processo de alargamento. Enquanto a trajetória de adesão da Turquia, que se arrasta há décadas, estagnou como resultado de divergências políticas e deficiências normativas, a candidatura da Ucrânia foi excepcionalmente rápida, apesar da guerra e da fragilidade económica, destacando a mudança da UE para um alinhamento geoestratégico. O estudo revela uma abordagem dupla: acelerar os candidatos alinhados com os imperativos de segurança, enquanto marginaliza outros, apesar do seu estatuto de candidatos de longa data. Isto levanta questões críticas sobre a coerência, a credibilidade e o papel da normatividade no futuro do alargamento da UE. O artigo conclui que, para manter a eficácia do alargamento, é necessário equilibrar os imperativos geopolíticos com os valores fundamentais da UE.
