MIGRATION AS SOFT POWER IN REGIONAL INSTITUTIONS: THE CASE OF SOUTH ASIA AND THE GULF COOPERATION COUNCIL (GCC)

Resumo

A migração tornou-se uma importante ferramenta de soft power para os Estados do sul da Ásia que trabalham com organizações regionais, como o Conselho de Cooperação do Golfo (CCG). Este artigo examina como os países do sul da Ásia gerem estrategicamente as políticas de migração laboral no âmbito do CCG para proteger os interesses dos seus migrantes, ao mesmo tempo que combatem as pressões políticas internas e as dependências económicas. O estudo coloca a seguinte questão: como é que os Estados do sul da Ásia utilizam a migração laboral em instituições regionais como o Conselho de Cooperação do Golfo para equilibrar a soberania nacional e a cooperação internacional num mundo multipolar, onde potências estabelecidas como os Estados Unidos e grandes potências emergentes como a China competem por influência? Baseando-se no conceito de soft power de Nye e no institucionalismo neoliberal de Keohane, este artigo defende que a migração não é apenas um fenómeno socioeconómico, mas também uma vantagem diplomática. Os Estados do sul da Ásia utilizam a migração para negociar condições favoráveis com os países do CCG, garantir a segurança económica através de remessas e, ao mesmo tempo, manter a sua influência regional. Ao analisar acordos relacionados com a migração, políticas laborais e compromissos bilaterais, este artigo destaca o duplo papel das organizações regionais como colaboradoras e desafiadoras das instituições globais. As conclusões mostram que a política de migração laboral no Conselho de Cooperação do Golfo é um ato de equilíbrio entre o reforço da interdependência económica e a gestão das complexidades da soberania e da política internacional.