A diáspora chinesa no Brasil: dispersão, mitologia da terra de origem e promessa de retorno
DOI:
https://doi.org/10.26619/1647-7251.DT22.2Palavras-chave:
Brasil, China, migração, diáspora, São PauloResumo
O presente trabalho visa a fornecer um panorama da presença de chineses no Brasil,
estimados em 300.000. Tendo como base a relação dialética entre Brasil e China, a presente
investigação trabalha com as seguintes hipóteses, que são também as linhas de
problematização: A China expulsa; O Brasil recebe; Os sino-brasileiros emergem (a síntese
do processo). A metodologia consistiu inicialmente em pesquisa bibliográfica. Posteriormente,
houve coleta de dados secundários, oriundos do Museu da Imigração em São Paulo. O grosso
do material empírico consistiu em entrevistas com cinco chineses - dados qualitativos,
transcrição e análise (aplicação de questionários). Além disso, fez-se um levantamento
fotográfico e documental da presença chinesa em São Paulo, em pontos da cidade específicos.
A pesquisa iniciou em 2003 e o campo e entrevistas foram realizadas em 2006. Após este
período, estudou-se comunicação asiático-brasileira em redes sociais. Foi feita então a análise
de todos os materiais. Para o conceito de diáspora, foram usadas referências de Stuart Hall e
Adam McKeown. Na análise socioeconómica, o conceito Marxiano “exército industrial de
reserva” dá conta da presença de grandes contingentes populacionais circulando pelo mundo.
O mecanismo de pull e push entre populações e territórios é uma construção utilizada por
Paul Singer e Herbert Klein para explicar o movimento populacional. Sobre a construção de
uma identidade brasileira que incluísse também asiáticos e seus descendentes, os trabalhos
de Jeffrey Lesser merecem destaque. Sobre a inserção de chineses na sociedade brasileira,
foram utilizadas teorias de Sigmund Freud e Eric Hobsbawn. O Brasil, pelo desenvolvimento
de seu mercado, torna-se polo de atração de pessoas do mundo todo, inclusive chineses.
Como colocado por entrevistados, o Brasil é visto como um país “em construção”. E hoje os
chineses têm um lugar na construção de uma identidade brasileira..