SEGURANÇA ONTOLÓGICA, IDENTIDADE E MUDANÇA: UM ATIVO CONSTRUTIVISTA
DOI:
https://doi.org/10.26619/1647-7251.15.2.1Palavras-chave:
Teoria das Relações Internacionais, Construtivismo, Identidade, Mudança, Segurança OntológicaResumo
Na derradeira década do passado século, o construtivismo afirmou-se como teoria das Relações Internacionais. A incapacidade das teorias ditas mainstream para explicar a mudança, algo que ficou particularmente evidente com o fim da Guerra Fria, abriu espaço para uma teoria que concebe a realidade como sendo socialmente construída e que privilegia a compreensão dos fenómenos políticos em detrimento da sua previsão. Por via de uma abordagem metodológica qualitativa ancorada no interpretativismo, este artigo procura compreender a relevância dos conceitos de identidade e de segurança ontológica para explicar a mudança. Depois de elencar os pressupostos fundacionais do construtivismo como teoria da Relações Internacionais, como a constituição mútua entre agentes e estruturas, são abordadas as diferentes correntes, a saber, a convencional e a crítica, sublinhando-se, assim, o pluralismo por que se pauta esta teoria. Tal pluralismo fica também evidente nas diferentes abordagens à dinâmica entre segurança ontológica e identidade, preponderante para confirmar a promessa que o construtivismo trouxe no final do século XX, isto é, explicar a mudança. Esta dinâmica reafirma o entendimento de que a explicação da mudança representa um ativo do construtivismo como teoria das Relações Internacionais, tendo contribuído significativamente para a sua afirmação.