A Rede Lusófona de Educação Ambiental e os congressos internacionais
de Educação Ambiental dos países e comunidades de Língua
Portuguesa
A Lusofonia poderia ser compreendida desde diferentes perspectivas, mas, no caso desta
análise, a compreendemos como condição daquele que se identifica lusófono, ou seja,
não atrelamos essa identidade a nacionalidades, mas sim, ao desejo de pertencimento e
ao diálogo que se estabelece com essa comunidade por interesses e afinidades diversas.
Neste sentido, vale lembrar que o uso da Língua Portuguesa como forma de comunicação
não é o único traço identitário a ser considerado, tendo em vista a existência de aspectos
sócio-históricos e culturais que não podem ser abstraídos do perfil de qualquer grupo
social ou comunidade. No caso da constituição da rede lusófona, a iniciativa de
articulação entre pessoas e instituições que atuam no campo da Educação Ambiental
tomou por base o envolvimento de países e regiões que compartilham a Língua
Portuguesa dentre seus idiomas, nomeadamente: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-
Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe, Timor Leste e Galiza (por identidade
linguística). No entanto, valeria destacar que essa delimitação não tem um sentido
limitante, pois esta comunidade se caracteriza pelo diálogo aberto com outras diferentes
comunidades que integram o campo da Educação Ambiental e compartem ideais do
campo ambientalista em diferentes territórios do planeta.
A Rede Lusófona de Educação Ambiental (Redeluso) teve início em princípios do ano de
2005. Em um encontro informal que ocorreu em Portugal (Município de Ericeira), durante
as XII Jornadas Pedagógicas da Associação Portuguesa de Educação Ambiental (ASPEA),
um grupo de pessoas atuantes no campo da Educação Ambiental identificaram a
necessidade de uma articulação das iniciativas que eram realizadas nos países de Língua
Portuguesa. Naquele momento, ainda que com pouco conhecimento sobre a forma como
cada um dos países desenvolvia suas ações, o grupo percebeu a necessidade de
estabelecer mecanismos de comunicação que possibilitassem maior integração e
reconhecimento mútuo.
Assim, para dar início ao processo de identificação das pessoas e das instituições
participantes, foi criado um grupo de troca de correios eletrônicos (comum naquele
momento para troca de informações em agrupações coletivas). Este primeiro esforço
permitiu a identificação de atores e instituições que atuavam nos países integrantes da
Redeluso e favoreceu o reconhecimento de traços identitários que permitiriam a
construção de um sentido de pertencimento a uma comunidade com objetivos e interesse
partilhados, orientado pela preocupação com as questões ambientais que demandam
ações educativas em seu enfrentamento.
A comunicação virtual foi o início de um processo que demandava a participação efetiva
dos membros da rede, mas que também punha em tela a diversidade sociocultural que
caracterizava aquele grupo que aos poucos, mas de forma contínua, ia se ampliando e
estabelecendo determinados contornos, mais ou menos definidos e de poucas simetrias.
Um exemplo do que logo se pôde identificar foram as condições de uso de tecnologias
em cada um dos países ou comunidades. Em regiões de escasso acesso aos