saberes, possibilitem a tomada de consciência sobre a realidade ambiental do planeta e
sobre a sua relação com todas as formas de vida, considerando as suas dinâmicas de
interdependência. Portanto, a necessidade de reação das sociedades não se restringe
apenas a ações locais, mesmo que delas não se prescinda, mas é preciso lançar mão de
estratégias sociopolíticas mais robustas, com maior capacidade de impacto na tomada
de decisões que possam modificar o rumo dos problemas ambientais, que se têm
agravado e colocado em risco a sociedade mundial.
Assim, o presente dossiê temático resulta de um processo de cooperação internacional
iniciado no ano de 2005, que teve por objetivo integrar educadores ambientais que atuam
nos países e comunidades que compartilham a lusofonia, entre as características que
marcam a sua cultura e a sua história. A criação da Rede Lusófona de Educação Ambiental
(Redeluso) constitui-se como um processo de cooperação voltado para a criação de um
espaço de ação coletiva, comprometido com a construção de sociedades mais
sustentáveis, mais justas e democráticas a partir de processos participativos de formação
da cidadania. No seu escopo, a Redeluso busca fortalecer processos conjuntos de
pesquisa, formação e informação no campo da Educação Ambiental, contribuindo para
os debates sobre o presente e o futuro do planeta.
Dentre as suas ações, a Redeluso promove encontros presenciais periódicos entre os
participantes dos países e comunidades que a integram, nomeadamente, Angola, Brasil,
Cabo Verde, Galiza (Espanha), Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal,
São Tomé e Príncipe e Timor-Leste. Assim, este dossiê sistematiza reflexões a partir de
práticas de Educação Ambiental desenvolvidas e apresentadas no VII Congresso
Internacional de Educação Ambiental dos Países e Comunidades de Língua Portuguesa,
que decorreu em julho de 2023 na cidade de Maputo (Moçambique). Este congresso foi
precedido pelos congressos realizados em 2007 (Santiago de Compostela, Galiza), em
2013 (Cuiabá, MT, Brasil), em 2015 (Torreira, Murtosa, Portugal), em 2017 (Ilha do
Príncipe, São Tomé e Príncipe), em 2019 (Arquipélago de Bijagós, Guiné-Bissau) e, 2021
(Ilha de São Vicente, Cabo Verde).
Ao final de cada um destes congressos, foi elaborado um documento com as principais
conclusões dos debates, originando um registo de sugestões e de contributos ao fomento
de um processo participativo contínuo, desencadeado ao longo das diversas ações que
ocorrem nos diferentes países que integram a rede. Neste sentido, o programa do VII
Congresso Internacional de Educação Ambiental dos Países e Comunidades de Língua
Portuguesa buscou utilizar metodologias que atribuíssem relevo a diferentes
manifestações culturais integradas nas práticas de Educação Ambiental, reforçando a
potência de cada cultura para a formulação de políticas públicas que ajudem a fortalecer
as iniciativas que ocorrem nos países e comunidades lusófonos.
O VII Congresso da Redeluso teve como tema central de debate "A Educação Ambiental:
a chave para a Sustentabilidade". A escolha desta temática visou agregar as perspectivas
de diferentes grupos em relação à busca de soluções e à composição de estratégias
comuns. Como forma de melhor orientar os debates, o congresso estruturou-se com base
nos seguintes eixos: (1) Educação Ambiental nas Políticas de Desenvolvimento Humano;
(2) Educação Ambiental e Cidadania: na escola e na sociedade; (3) Educação Ambiental,
o Antropoceno e o enfrentamento à Crise Climática; (4) Educação Ambiental e