2020; Martínez et al., 2014) seria benéfico, quando menos, incentivar os jovens a
participar nestas atividades de intercâmbio.
Existe consenso sobre a importância da educação política nas escolas, tendo sido a
estratégia mais destacada. Porém, as opiniões divergem entre grupos. No primeiro, os
jovens de 18-24 anos com formação superior veem as eleições europeias como parte de
uma participação cívica e política geral, sugerindo workshops, disciplinas dedicadas e
visitas obrigatórias a instituições europeias. No grupo dos jovens da mesma faixa etária,
mas sem formação superior, houve a promoção de atividades práticas e a inclusão da
disciplina de Ciência Política no ramo geral do ensino secundário. Já os jovens de 25 a
34 anos com ensino superior defendem a inclusão de disciplinas no ensino secundário
que versem sobre a cidadania, e introduzam conceitos sobre economia e representação
política. Aqui, considerando que uma mais elevada educação formal é um dos fatores
sociodemográficos que preveem a participação política (Kitanova, 2020), e que a
educação não-formal incentiva uma participação política não-eleitoral (Busse et al.,
2019), é notável que os jovens tenham hospitalidade face a estas propostas.
Sobre a sugestão do Embaixador jovem da UE na aproximação dos cidadãos às
instituições europeias, os participantes sem formação superior dos 18 aos 24 anos são
mais otimistas do que os participantes com formação superior e de faixas etárias
superiores. Os participantes destes dois grupos são céticos em relação às habilidades de
comunicação específicas do Embaixador e ao método de seleção dessa figura. Daí terem
enfatizado que a sua eficácia enquanto comunicador dependeria da sua personalidade.
Acresce que os próprios jovens entrevistados sugeriram estratégias além das elencadas
na Tabela 1. Os dois focus groups com jovens entre os 18-24 anos consideraram as redes
sociais, podcasts e debates políticos (que podiam tomar lugar nas redes sociais) como
os meios mais eficazes de mobilização a médio prazo. Porém, os jovens com ensino
superior destacaram o papel dos meios digitais para dinamizar a formação já obtida em
contexto escolar. Já os participantes entre os 25-34 anos enfatizaram a importância dos
agendas e programas políticos. Os jovens mostraram um afastamento dos
representantes europeus em comparação com os nacionais, justificando esse fenómeno
pela falta de destaque que aqueles têm no noticiário oferecido pelos media tradicionais.
Além disso, a perceção dos participantes é que o sistema e a representação europeia são
muito complexos e ligados a processos internos dos partidos. Outras propostas de
estratégias incluem a enfatização das agendas pelos partidos, bem como uma maior
flexibilização cronológica do sufrágio e a sua transição para um sistema eletrónico.
É também relevante destacar que não se identificou uma grande discrepância entre as
respostas dos participantes do género feminino e do género masculino. Excluindo
algumas pontualidades, a vasta maioria das respostas masculinas foram de encontro às
femininas, o que significa que o atributo ‘género’ não condicionou as reflexões.
Em suma, a melhor estratégia apontada pelo focus group 1, com participantes dos 18
aos 24 anos com formação superior, é a educação formal (100%) com o complemento
das redes sociais (50%). O focus group 2, da mesma faixa etária sem formação superior,
atribui maior peso à utilização das redes sociais (100%). O focus group 3, com jovens
dos 25 aos 34 anos com formação superior, similarmente ao primeiro grupo, concedem
maior destaque à educação (100%), apresentando-se, adicionalmente, favoráveis à
utilização das redes sociais (60%).