A construção desta questão central acabou por resultar, na sua essência, das várias
comunicações difundidas na altura por diferentes países e organizações em relação à
invasão da Ucrânia. Apesar de uma maioria de sensibilidade mais condenatória, existiram
outras menos evidentes e mesmo contrárias a essa condenação de acordo com as
orientações de política externa dos respetivos estados e organizações. Para melhor
completar os fins últimos da nossa investigação, o enquadramento teórico deste estudo
acabou por ser essencial para o desenvolvimento da nossa investigação. Destacamos
aqui o conceito de defesa nacional que surge como um instrumento indispensável na
resposta nacional ao novo ambiente de segurança que resultou da invasão da Ucrânia.
Pressupondo ainda uma estratégia nacional capaz de mobilizar os portugueses, assim
como todos os recursos materiais e imateriais do país, na consecução dos objetivos da
segurança e defesa (Governo de Portugal, 2013).
Importa, igualmente, referir o conceito de comunicação estratégica numa primeira leitura
como o processo de desenvolver e implementar planos de comunicação eficazes para
atender aos objetivos de uma organização, que envolve a identificação e compreensão
do público-alvo, a seleção de mensagens e de canais de comunicação adequados, o
estabelecimento de objetivos claros e a avaliação dos resultados. Apesar do conceito ter
evoluído consideravelmente, continua a ser de difícil a sua definição, já que não existe
um consenso sobre o que abrange efetivamente (Paul, 2011). Segundo definição da
NATO, publicada através do seu Centro de Excelência de Comunicações Estratégicas,
sedeado em Riga, na Letónia (NATO StratCom COE), comunicação estratégica é a
utilização coordenada das atividades e capacidades de comunicação da NATO, de modo
a atingir os objetivos da organização. Estas atividades e capacidades incluem diplomacia,
relações-públicas civis e militares, operações de informação e operações psicológicas. No
seu novo Conceito Estratégico, aprovado na Cimeira de Madrid, em 2022, a NATO prevê
expressamente o reforço da sua comunicação estratégica, juntamente com a sua
capacidade de dissuasão (NATO, 2022). Neste quadro, podemos concluir que a
comunicação estratégica da NATO é um esforço planeado e coordenado para transmitir
mensagens precisas e coerentes ao seu público-alvo com o objetivo de apoiar a tomada
de decisões políticas e militares, bem como promover a compreensão e a aceitação das
suas ações. A comunicação estratégica, da NATO é especialmente importante em tempos
de crise e conflito, quando as mensagens precisam de ser cuidadosamente elaboradas
para alcançar objetivos pretendidos e evitar interpretações errôneas. Este tipo de
comunicação é para a NATO uma parte crítica da sua estratégia de defesa coletiva e dos
seus compromissos com a segurança e a estabilidade. Para o efeito a NATO conta com
três pilares de comunicação que servem para estruturas as comunicações externas da
Aliança, designadamente a NATO Protege, a NATO Une e a NATO Fortalece. Os três
pilares, conforme mencionado, são projetados para orientar quem comunica quando
adapta conteúdo e atividades para segmentos de audiências específicas. O primeiro pilar,
a NATO Protege, abrange a comunicação da organização em relação à sua missão
principal de defesa coletiva e à sua capacidade de responder a ameaças à segurança do
seu território e dos seus aliados. O segundo pilar, a NATO Une, cobre os esforços da
organização para fortalecer a Aliança e promover a unidade dos seus membros, incluindo
para o efeito atividades que visam construir consenso, fomentar a cooperação e
aumentar a solidariedade entre os países membros. Por último, a NATO Fortalece, é o
pilar que cobre os esforços da organização para fortalecer as suas capacidades de defesa