POLÍTICA EXTERNA DO CANADÁ PARA A NOVA ROTA ÁRTICA
AMEAÇAS E OPORTUNIDADES NA ESTRATÉGIA MARÍTIMA
Luis António Cuco de Jesus
cuco.jesus@marinha.pt
Licenciado e Mestre em Ciências Militares Navais, pela Escola Naval. Doutorando em Direito e
Segurança, pela Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa. Membro do CEDMAR/USP.
Oficial de Marinha (Portugal) desde 2011, tendo desempenhado várias funções a bordo do navios
Marinha Portuguesa. Destacam-se os cargos de segundo-comandante da lancha de desembarque
grande Bacamarte, segundo-comandante da corveta Jacinto Cândido, Comandante da lancha de
fiscalização Rápida Cassiopeia e Oficial Navegador da fragata Bartolomeu Dias. Atualmente,
presta serviço no Instituto de Socorros a Náufragos, como chefe de serviço de salvamento
marítimo. Tem extensa obra publicada.
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Resumo
A distância é um véu de ignorância e mesmo quando se consegue lidar com os pendores de
pontos de observações específicos, continuamos a não ver removida qualquer fricção causada
por diferenças socioculturais singulares. Sendo uma das últimas regiões inexploradas do
mundo, o Ártico revela dinâmicas únicas, evidenciando dilemas complexos e escolhas que
frequentemente envolvem mais do que uma dimensão a que os Estados devem prestar
atenção para tomar decisões, escolher lados, definir políticas, entrar em conflitos ou apoiar
ou não determinados aliados.
A análise agora apresentada, atende às questões levantadas pelo unilateralismo jurídico
canadiano, face às potencialidades geoestratégicas da nova rota marítima. Facto que tem
muito a revelar para a correta compreensão da política externa canadiana, mas que também
muito nos diz sobre o contexto geopolítico de mesoescala, nomeadamente sobre a
necessidade de uma política securitária, conjunta e coesa, para contenção do maior ator
regional - Rússia.
Palavras-chave
Segurança Marítima, Passagem do Noroeste, Política externa Canadiana, Geopolítica do Ártico
Abstract
Distance is a veil of ignorance, and even when the prejudices of specific viewpoints can be
overcome, the friction caused by unique sociocultural differences is still not eliminated. The
Arctic, one of the world's last unexplored regions, reveals a unique dynamic, highlighting
complex dilemmas and choices that often have more than one dimension for states to consider
when making decisions, choosing sides, setting policy, entering the conflict, or supporting or
not supporting certain allies.
The analysis presented here addresses the issues raised by Canadian legal unilateralism, given
the geostrategic potential of the new sea route. This a fact that has much to reveal for the
correct understanding of Canadian foreign policy, but it also tells us much about the mesoscale
geopolitical context, namely the need for a common and coherent security policy to contain
the largest regional actor – Russia.
Keywords
Maritime Security, Northwest Passage, Canada foreign affairs, Arctic issues.