consequências adequadamente adversas. Por alterações de convicção ou ideologia
levando à submissão à vontade alheia, ou oferecendo-se uma recompensa positiva
(Galbraith, 1983, pp. 20-22). O poder é para a política, o equivalente à energia na física
ou ao dinheiro na economia (Höhn, 2011, p. 6).
A Estratégia é a preparação da ação para atingir objetivos. A palavra estratégia está na
sua génese ligado à guerra e às atividades militares. Hoje, o conceito do termo continua
a expandir-se, incorporando-se, entre outros, nos campos económico e político (Heuser,
2010). Os Estados definem a designada grande estratégia, que é o conjunto de meios
militares, económicos e políticos com que este tenta alcançar a sua segurança (Posen,
1986, p. 7). A construção de uma estratégia está sujeita às ambições do Estado e à lógica
dos fins políticos, que subordina os princípios e as regras da sua criação, e onde variáveis
como a geografia, população, forças armadas, economia, tecnologia e as infraestruturas,
entre outras, mas também atores externos como outros Estados, aliados ou beligerantes,
têm principal preponderância nas decisões da construção da estratégia (Heuser, 2010,
p. 491). É um processo complexo e dinâmico, onde pela modificação ao longo do tempo
das várias variáveis que contribuem para a sua feitura, obriga a um perpétuo reexaminar
e questionar (Hattendorf & Phil., 2004, p. 2). É neste contexto, que a estratégia hoje é
uma componente da análise das relações internacionais (Fernandes, 2009), indo muito
mais além da sua origem de condução racional da guerra e coação militar.
A Prospetiva ocupa-se da questão “o que pode acontecer?” (Godet & Durance, 2011, p.
17), é uma ferramenta de auxílio à construção do futuro (Saragoça, Silva, & Fialho, 2017,
p. 19), contribuindo para induzir um destino desejável dentro das incertezas do futuro,
reduzindo-as pela escolha de percursos orientados por análises lógicas, onde a reflexão
precede a ação, numa visão holística de sistemas não deterministas e instáveis
(Perestrelo, 2017), tornando-se assim estratégica (Godet & Durance, 2011, p. 17). Vai
mais além dos modelos inalteráveis da previsão, usando os cenários como instrumento
de simulação (Saragoça, Silva, & Fialho, 2017, p. 26).
Não existindo um conceito fechado, neste trabalho a geopolítica é interpretada como um
instrumento do poder externo de um Estado, permitindo, preferencialmente, o controlo
e, no mínimo, a influência sobre as ações de outros Estados ou sobre determinados
acontecimentos, em função dos seus próprios interesses (Griffiths & O’Callaghan, 2002,
pp. 253-255), o Poder Funcional (Adriano Moreira apud Andrade, 2015, p. 100) que
constitui uma forma de utilizar a geopolítica para gerar poder e, assim, possibilitar a
projeção de estratégias para a sua maximização, o potencial de poder geopolítico
corresponde à capacidade latente de exercer esse poder. A modelação impede o recurso
a análises baseadas em argumentos sem rigor formal e assentes em intuições,
disciplinando o pensamento intuitivo e acrescentando precisão às análises, ao eliminar
argumentos desprovidos de lógica (Morrow, 1994, pp. 6-7), permitindo confrontar as
conclusões obtidas com os acontecimentos reais.
3. O Método da Árvore de Sucessos numa Abordagem Lógica e
Possibilista
O método aqui proposto, uso de um tipo específico de árvores lógicas utilizadas em
análises de decisão, vai buscar as suas origens fora das ciências sociais, nas técnicas