julgamos ser por todos sabido, o perfeito não existe e o ótimo é sempre inimigo não só
do bom, mas também do muitíssimo bom.
A coleção de artigos ora representados propõe avanços numa série de passos em frente
relativamente a uma articulação que cremos ser evidente, embora tenhamos como óbvio
que tal seja sempre discutível, pois sabemos haver sempre margens possíveis de
interpretação. Sem surpresas, tal torna-se manifestos numa simples olhada aos títulos
dos artigos aqui apresentados e uma rápida leitura dos seus Resumos (os Abstracts) e
as “palavras-chave” associadas. A diversidade de focos conseguidos é patente e a nosso
ver muitíssimo bem-vinda, visto tal dar corpo e soletrar ângulos novos e muitas vezes
ângulos complementares. Assim se progride em quaisquer trabalhos académicos sérios,
muito por estarem abertos a polémicas, ganhando nós todos, no processo, avanços
técnicos significativos. Efetivamente, temos, enquanto académicos, uma
responsabilidade acrescida na investigação e produção científica, num momento nacional
e internacional histórico como aquele em que estamos a viver nestes meados de 2025.
Em conjunturas políticas potencialmente diacríticas, há decerto que tentar garantir toda
a maior isenção e lisura possíveis. O que tentámos assegurar tanto quanto possível.
Cabe aqui um agradecimento especial a todos os autores que, aceitando o desafio, se
dedicaram e lograram conseguir um trabalho de elevado mérito e valor. Como pode com
facilidade ser constatado, a rede, com intencionalidade e clareza, foi por nós lançada
num arco amplo. Um arco lançado e escolhido com cuidado. Caberá aos leitores chegar
daqui às conclusões que tenham por bem. É evidente que muitos outros temas afins
poderiam ser incluídos; mas isso dá-nos bastante alento, pois estamos certos (fingers
crossed) que muitos outros trabalhos académicos de natureza temática se lhes seguirão.
Aliterando uma frase bem conhecida, a nossa convicção é a de que só nos conseguiremos
equilibrar bem numa bicicleta quando e se, com os pés nos pedais, a mantivermos em
movimento. Só assim se logra seguir em frente.
Com efeito, esperamos que muitos outros trabalhos académicos sérios venham a ser, a
breve trecho, desencadeados por este número temático de uma Revista Internacional, a
JANUS.NET, uma entidade que com alegria vemos estar a crescer de uma forma
manifesta. Temos a esperança de que este apanhado de artigos ajudará a acelerar
processos e novas janelas analíticas que consideramos ser da maior importância. O
porquê disso é simples de enunciar. Aqui vão alguns exemplos: tanto as degradações
climáticas que este Antropoceno nos está lamentavelmente a demonstrar, quanto à triste
e preocupante espiral de conflitos e insegurança que vivemos num Brave New World que
ninguém deveria ignorar – e que sobre o qual é imperioso tentemos compreender.
Estamos convencidos que muitas surpresas se aproximam e que sobre isso no devemos
debruçar com rigor.
Tanto por nós mesmos, como quanto às dos nossos filhos, tal como quanto às gerações
que se lhes seguirão. Nem uns, nem outros nos julgarão apenas por aquilo que alertámos
e fizemos. Julgar-nos-ão também, decerto, por aquilo que não fizemos e que devíamos
ter feito.
Que muito do que aqui está enraíze e medre.