Após descontinuar o uso da Marca Brasil entre os anos de 2018 e 2021, o governo eleito
em 2022 decidiu relançá-la sob a gestão da Embratur e do Ministério do Turismo.
Novamente, o foco é reposicionar a imagem do país como destino turístico internacional
alavancando tradicionais ativos competitivos da sua identidade, como a sua cultura
vibrante, estilo de vida do povo brasileiro e o ambiente natural. Os gestores da marca
(Visit Brasil, 2024) consideram esse relançamento uma consequência do legado da
marca-país e uma consolidação e retomada da relevância da marca que ainda é
reconhecida mundialmente entre os mercados de turismo devido aos investimentos
realizados pelo governo federal e, espontaneamente, pela indústria do turismo ao longo
de mais de 15 anos. Entretanto, a maioria das definições de marca-país (Olins, 2002;
Kotler & Gertner, 2002; Govers & Go, 2009; Fan, 2010; Dinnie, 2015; Bell, 2016; Anholt,
2020) é atribuída à perspectiva econômica que discute a atividade como um ativo
estratégico para apoiar os esforços de diplomacia, promovendo um país junto aos
mercados-alvo e tornando-o mais atraente, competitivo e com percepção favorável em
relação às exportações, governança, turismo, investimento, cultura, patrimônio e
pessoas. Em outras palavras, a intenção de gerir uma marca-país para garantir uma
reputação favorável junto aos diferentes mercados não se reflete apenas na imagem do
próprio país, mas também em suas empresas, produtos e serviços, fazendo com que
pareçam mais atraentes aos olhos dos consumidores.
Intrínseco ao conceito de marca-país, reside a necessidade de moldar uma visão
estratégica de gerenciamento para enfrentar os desafios contemporâneos em um
ambiente em constante mutação e turbulência e, neste sentido, a gestão eficiente da
Marca Brasil pode estimular lideranças brasileiras a cooperarem e colaborarem de forma
mais consistente no enfrentamento de desafios, oportunizando ganhos significativos em
âmbito local, regional e global. Trata-se, portanto, de uma oportunidade para governos,
gestores públicos, desenvolvedores econômicos, grupos industriais, câmaras de
exportação, agências de atração de talentos, organizações de marketing de destinos e
consultores especialistas (Ocke & Braga, 2024). Neste contexto, futuras iniciativas de
gestão e posicionamento da marca-país devem estar apoiadas em forte liderança
administrativa e econômica associada ao planejamento estratégico eficiente. Acima de
tudo, estes aspectos devem prevalecer sobre medidas políticas equivocadas que
enfraquecem o valor da marca (Anholt, 2024), caso contrário, o desenvolvimento
socioeconômico do país, sua imagem e reputação correm o risco de serem continuamente
comprometidos.
Um grande desafio para desenvolver modelos e ações de nation branding é a
coordenação de um grande número de players que possam impactar o desempenho e a
imagem do país (Ocke & Ikeda, 2014). A falta de coordenação e fragmentação de
estratégias pode levar à inconsistência nas políticas resultando em prejuízo para a
eficácia dos programas de marca-país. Assim, uma equipe central deve atuar como ponto
focal para liderar o processo de gestão da marca, sistematizar e distribuir informações e
monitorar o desenvolvimento das atividades Em nível federal, ter uma equipe de governo
liderando o processo é fundamental, pois é uma entidade abrangente sob a qual vários
setores se beneficiarão das iniciativas da Marca Brasil, entretanto, sua gestão deve ser
separada da política e ter participação ativa de stakeholders, bem como cultivar parcerias
público-privadas duradouras. Desta forma e uma vez que as decisões devem ser